25 de maio de 2008

Mulher Perséfone

Deméter era a deusa da fertilidade, aquela que dava vida – mas que também podia negá-la. Quando sua filha Core desapareceu, raptada por Hades, o Senhor do Submundo, Deméter ficou desesperada e decretou que mais nada sobre a superfície da Terra frutificaria enquanto ela não tivesse sua filha de volta. As plantações secaram, as árvores não davam frutos, as flores desapareceram e os homens começaram a morrer de fome.
Zeus, o pai de Core, não podia permitir que a humanidade se extinguisse. Mandou seu filho Hermes procurar Hades para negociar com ele o retorno de Core. Não era uma tarefa fácil, mas Hermes sabia ser persuasivo, e acabou convencendo Hades a libertar a jovem. Hades, porém, antes que Core voltasse à superfície, ofereceu a ela uma romã. Core sabia que não era obrigada a comer a romã – sua mãe Deméter já a havia avisado que se comesse alguma coisa no mundo subterrâneo, seria obrigada a voltar. Então, pela primeira vez em sua vida, Core tomou uma decisão por conta própria e comeu a romã, (desobedecendo às recomendações da mãe). Neste momento, ela deixou de ser chamada de Core e passou a ser chamada de Perséfone.
Hermes trouxe Perséfone de volta em seus braços e, ao chegarem à superfície, a maldição de Deméter perdeu o sentido e tudo começou a crescer e florir. A volta de Core do submundo, já casada com Hades, marca a chegada da Primavera.
Core se torna Perséfone, a Rainha do Submundo.
A mulher Perséfone vive intensamente seu mundo interior, dá valor aos sonhos, fantasias, intuições, se interessa por coisas que não são explicáveis racionalmente. Por sua habilidade em entrar em contato com o inconsciente, ela pode se dedicar com sucesso à psicologia, psiquiatria, astrologia, esoterismo, atividades que a levem a compreender melhor a alma humana. Ela já não é mais uma menina que procura no homem o seu salvador, é uma mulher que toma decisões e enfrenta situações difíceis, com a capacidade de orientar os indivíduos que estão vivendo no inferno.
Quando ela sai de sua introversão, surge Perséfone Primavera. Neste momento ela é consciente de sua capacidade de atrair os homens e gosta de namorar, de preferência homens Hades ou Hermes.
O homem Hades é aquele que também dá valor ao mundo interior e se interessa pelo conhecimento da alma humana, é introvertido e atua em atividades semelhantes à mulher Perséfone. Juntos dividem experiências intensas e enfrentam situações traumáticas com força e determinação. Já o homem Hermes se interessa por todas as áreas do conhecimento, inclusive pela alma humana. Sua vontade de viver, seu bom humor, ajudam a mulher Perséfone a superar suas tristezas e a ser mais extrovertida. (Eu imagino que Hermes e Perséfone devem ter dado umas boas risadas quando ele a trazia em seus braços para a superfície).

2 comentários:

Nath disse...

Eu adoro este mito! A mulher Perséfone é, sem dúvida, uma das deusas que eu mais admiro. Cecília, sem brincadeira: hoje cedo (plena segunda-feira...) acordei e pensei "oba! Hoje tem o blog da Cecília!". Um beijão!

T disse...

Legal!
Continua :)
Bjo