15 de maio de 2010

Sonhos - resumo

Já vimos alguns dos temas mais recorrentes nos sonhos, mas isso é o mesmo que comentar sobre o b a ba de uma língua.

Antes de encerrar este blog, gostaria de deixar para vocês algumas dicas para interpretar um sonho em geral: vejam o contexto do sonhador; a atitude que ele tem no sonho; o que altera o curso dos acontecimentos e o final do sonho. Mitos e contos de fadas também são mensagens do inconsciente coletivo, entende-los nos ajuda a compreender a linguagem dos sonhos. Vamos a um exemplo.

Ana sonhou: “Era noite escura. Eu estava correndo na Avenida Paulista. Havia outros que também corriam como se disputássemos uma corrida. De repente, vi uma lua vermelha surgindo sobre os prédios. Pulsava como uma estrela. Parei por um instante, fascinada. Eu me dei conta que ia ser deixada para trás e retomei a corrida. Isso aconteceu mais duas vezes. Acordei ofegante.”

Ana era uma executiva que vivia em função do trabalho (contexto).

No sonho, ela aposta corrida com outras pessoas (atitude do sonhador), mostrando que ela vivia competindo com as pessoas ao seu redor.

Ela parou de correr ao ver uma lua vermelha (o que alterou o curso dos acontecimentos), revelando que ela precisava parar e olhar para o seu lado feminino (lua vermelha).

Ela continuou na corrida (final), parecendo que nada mudou em sua psique.

Mas se dermos uma olhada na mitologia grega, encontraremos o mito de Atalanta, uma heroína que vivia competindo com os homens e muda sua forma de relacionar-se através da intervenção da deusa Afrodite, e esse mito nos dá dicas de como Ana pode parar e não viver apenas em função do trabalho

8 de maio de 2010

Sonhos - os assaltantes

Marie Louise von Franz, no livro o Homem e seus Símbolos, conta o sonho de uma paciente, que sonhou que estava com sua irmã no quarto, quando apareceram dois assaltantes. Os bandidos, primeiro, estupraram e mataram a irmã. Ela seria a próxima, mas viu que um dos assassinos estava desenhando na parede, e comentou: que desenho bonito; ele disse: é mesmo? Neste momento os dois assaltantes tornaram-se cordiais.

Quando um ladrão ou assassino aparece no sonho de uma mulher, representa seu lado masculino inconsciente e destrutivo. É este lado que leva a mulher a se desvalorizar, se sentir incapaz, a viver dizendo: não adianta lutar, ou minha vida não muda, ou eu não consigo, ou ainda, eu não posso.

A paciente de Marie Louise era uma artista que depois da morte, por depressão, da irmã, parou de pintar e desenhar, por não ver nenhum sentido em seu trabalho. Vivia angustiada e triste. O sonho indicava que o antídoto de sua angústia era reconhecer e desenvolver seu potencial criativo.

Sonia sonhou que estava numa rua escura, apareceu um rapaz com uma faca, pronto para ataca-la. Ela saiu correndo, e ele foi atrás. No caminho viu um casal e seus filhos, formando uma roda, rezando. Sonia parou de correr, olhou para o rapaz e disse: você não vê que você me assusta com esta faca, e deste jeito eu não posso ser sua amiga? Ele largou a faca e ela acordou.

Sonia andava deprimida, desanimada, fazendo o que precisava fazer mecanicamente, em outros termos estava sendo possuída por esta força masculina destrutiva.

No sonho, Sonia olha de frente para este bandido e imobiliza sua capacidade de destruí-la, ao dizer querer ser sua amiga. Este é o primeiro passo para se libertar desta força: reconhecer sua existência, diferencia-lo de si mesmo.

O sonho indicava que era a fé (família religiosa) que podia lhe trazer forças para transformar a energia masculina negativa em positiva.

1 de maio de 2010

Sonhos - dinheiro

Marta, 57 anos, sonhou que um assaltante entrou pela janela de seu quarto, e roubou sua bolsa com todo seu dinheiro. Acordou em prantos.

Marta era uma pessoa introvertida, adorava ficar em casa, e não fazia nenhuma questão de sair. Depois que aposentou-se, a resistência a sair ficou maior. Não há nenhum problema em ser uma pessoa introvertida, mas o seu sonho indicava que era o momento dela sair para o mundo, pois apenas em casa ela perderia sua energia vital (dinheiro).

Marcos, 18 anos, sonhou que um mendigo pediu-lhe uma esmola. Ele ficou sensibilizado com o fato do mendigo ter mais ou menos a sua idade, e deu-lhe uma boa quantidade de dinheiro.

Marcos estava no cursinho, vivia angustiado por ter certeza de que não seria capaz de passar no vestibular, em outras palavras, ele se sentia uma pessoa pobre de conhecimento.

No sonho ele investe no “pobre coitado” que vivia dentro dele, isto é, ele tinha energia suficiente para investir em seus estudos e passar no vestibular.