29 de outubro de 2011

Sonhos = perseguição de animais


Marie Louise, em seu livro O Caminho dos Sonhos contou:
Lembro-me de um homem talentoso na escrita, que devia escrever sua tese para o Instituto Jung de Zurique. Ele sonhava que animais poderosos o perseguiam, o que eu interpretava como sua criatividade querendo atingi-lo. Mas ele não a aceitava. Ele sustentava tratar-se de sexualidade. Ora, na realidade ele tinha uma namorada e uma vida sexual satisfatória, portanto eu não acreditava em sua interpretação. Mas ele não queria e não conseguia escrever, até sonhar que estava sendo perseguido por um touro. Ele corria e o touro vinha atrás, cada vez mais perto, até finalmente saltar uma cerca. O touro parou e se levantou sobre as patas traseiras. O sonhador olhou para trás e viu o pênis ereto do touro, que era uma caneta esferográfica. Aí ele disse: “Tudo bem, está certo.” Então ele escreveu uma tese excelente.
De modo geral, se algo nos sonhos nos persegue, é porque quer chegar até nós. Mas nosso medo lhe confere uma aparência maléfica. Se formos capazes  de encarar esse lado da nossa natureza e aceita-lo, provavelmente ele se tornará mais benevolente. É claro que todas as regras de interpretação de sonhos são paradoxais. Às vezes somos perseguidos num sonho por poderes do inconsciente dos quais é correto fugir. Na psique há tendências destrutivas que devemos evitar. Mas 80% do que nos persegue em sonhos é, na verdade, algum aspecto valioso da nossa personalidade que deveria ser integrado.

22 de outubro de 2011

Sonho - excesso de trabalho


Uma executiva sonhou: “Eu estava com um colega de trabalho caminhando por uma avenida, quando de repente apareceram alguns homens e nos raptaram. Ficamos presos num lugar escuro, sabíamos que estávamos sendo bem remunerados por ficarmos ali, mas queríamos sair e não conseguimos.”
Esse é um tema comum nos sonhos da mulher moderna. Essa força que tem aprisionado a mulher, geralmente, é o seu lado masculino exigente, que a leva a ser uma profissional eficiente, mas também a faz viver em função, quase que exclusiva, do seu trabalho e sentir-se exausta, culpada por não ter tempo para investir em sua vida pessoal. Esse alto nível de exigência é uma força que vive na psique feminina, mas também tem sido alimentada por empresas e instituições que exigem dos funcionários que “vistam a camiseta” e dediquem-se exclusivamente ao trabalho.
Em 2008, Plutão entrou no signo de Capricórnio. Capricórnio é um símbolo da energia masculina voltada para o trabalho, o senso de responsabilidade e dever. Acredito que entramos num período (até 2023), no qual é necessário revermos nossa relação com o trabalho, que empresas e grandes instituições comecem a preocupar-se com o desgaste humano, o estresse e a correlação entre bem-estar psicológico e produtividade.

15 de outubro de 2011

Plutão nos signos


Na dança cósmica, aos olhos da Terra, os planetas distantes do Sol são lentos.  Plutão, por exemplo, fica no mínimo uma década no mesmo signo, por isso o significado simbólico de sua presença num signo não indica apenas características pessoais e sim a energia coletiva do momento. Assim, como Plutão representa transformações profundas, o signo onde ele encontra-se mostra, simbolicamente, qual é a “área” da sociedade  que sofrerá transformações importantes.
Por exemplo, Libra representa o princípio feminino, o relacionamento amoroso, o casamento. Em 1971, Plutão entrou em Libra e saiu em 1984. Esse foi o período em que o movimento feminista estava em pleno vapor, o que levou a modificações profundas no papel da mulher na sociedade. No Brasil, a lei do divórcio foi aprovada e o casamento deixou de ser apenas um contrato social, para tornar-se uma opção entre duas pessoas.
Lembro-me que na época os astrólogos temiam a entrada de Plutão em Escorpião, que iria acontecer em 1984 e sair em 1995; muitos previam grandes catástrofes e até mesmo a Terceira Guerra Mundial. O que ninguém imaginava é que a grande transformação seria a queda do muro de Berlim, com o fim da terrível Guerra Fria.

8 de outubro de 2011

Plutão


Na mitologia grega, quando a pessoa morria ela ia para o submundo, lá era recebida por Plutão e ele indicava a região em que o morto iria ficar. Ele era o deus soberano do submundo. Por reinar no mundo subterrâneo, Plutão indica a necessidade de entrar em contato com as camadas profundas da psique humana; por receber os mortos, a capacidade de transformação; e por ser o Soberano, a ânsia de poder, a vontade de ter o controle em suas próprias mãos.
Na Astrologia, Plutão rege o signo de Escorpião e seu significado simbólico é semelhante ao mito. Gleide era do signo de Escorpião e essa energia plutônica é visível em seu processo: ela desejava ter o controle da vida de seus entes queridos; depois transformou-se penetrando em camadas profundas de sua psique, participando de diversos processos de autoconhecimento e reconhecendo seu próprio poder.

1 de outubro de 2011

Sonho - Lobo


O tempo passou e Gleide contou o seguinte sonho:
“Eu e um lobo estávamos caminhando por uma rua de terra, chegamos numa choupana. Quando entrei na choupana vi que era um palacete. Vi um porta jóias, o abri e vi um anel de brilhante. Perguntei qual era o significado disto, uma voz respondeu: é a dignidade.”
O simbolismo do lobo foi ricamente explorado por Clarissa Pínkola, em seu livro As Mulheres que correm com os lobos. Ele é um símbolo da força e do poder.
O sonho de Gleide indicava que no caminho de reconhecimento do seu próprio poder, ela acreditava que havia conquistado muito pouco (chegou numa choupana), mas, na verdade, sua vida havia ficado mais rica (era um palacete). E, realmente, Gleide estava mais espontânea, estava criando uma relação mais amorosa com seus familiares e amigos, e, principalmente, estava restaurando sua dignidade, tão danificada por uma sociedade preconceituosa.