29 de setembro de 2012

Sonho - mãe devoradora

Eduardo sonhou que estava com a namorada num estádio de futebol.  Ele entrou num quartinho embaixo da arquibancada. Lá, ele viu sua mãe, sua irmã e o Neimar. Neimar estava deitado de costas, com as mãos e os pés amarrados para trás. A mãe do Eduardo enfiou uma espécie de metal no ânus do Neimar. Eduardo  perguntou porque ela estava fazendo isto, ela respondeu que era assim que se fazia na classe média. Ele voltou para o lugar onde a namorada o esperava.
Eduardo descreveu Neimar como sendo um grande jogador, muito profissional e eficiente, mas, também arrogante.
O sonho se passa em dois planos: o da superfície, o estádio, onde Eduardo leva sua vida normal e passeia com sua anima. Na realidade, Eduardo estava apaixonado e vivendo momentos felizes.
Em outro plano, embaixo da arquibancada, no mundo inconsciente de Eduardo, as coisas não iam tão bem. Lembrem-se que no sonho anterior a namorada dirigia o avião, nesse a mãe tortura  Neimar, que representava um aspecto masculino, o de profissional bem sucedido de Eduardo. Assim, para tornar-se o homem que desejava ser Eduardo ainda precisava libertar-se dos resquícios da dominação de sua mãe.

23 de setembro de 2012

O Feminino no comando

Depois de um certo tempo, Eduardo, que estava com uma nova namorada, teve o seguinte sonho: uma mulher simples (sem maquiagem, com uma blusa com alcinhas) estava dirigindo um avião e ele estava ao lado. Eles estavam indo para Campinas. O avião não subiu muito, ele pensou: é normal, pois Campinas é muito perto. A piloto disse que o avião estava com problemas, por isso aterrizou em São José dos Campos. Ela fez que ia vomitar, disse que não estava muito bem, mas o olhou de uma maneira como se dissesse: eu não tenho nenhum problemas, só estou fazendo charminho para você cuidar de mim.
O Ego não está na direção. Quem dirige o avião é o aspecto feminino de Eduardo, sua anima, aqui, ao invés de ser vista como inferior (só pernas ou mergulhada no cocô). a anima é vista  como superior. Seu medo de ser dominado por uma mulher volta a manifestar-se: ora ela no comando, ora fazendo chantagem emocional.

15 de setembro de 2012

O feminino depreciado

Eduardo sonhou; "Uma colega de trabalho estava passando mal do estômago. Eu disse que cuidava dela, porque estava acostumado com pessoas bêbadas. Eu a segurei, mas ela foi ao mictório e começou a vomitar. Quando vi ela estava dentro da privada misturada entre o cocô e o chichi."
Esse sonho o lembrou o fato da mulher, pela qual ele estava apaixonado, ter bebido muito numa balada e ele tê-la levado para fora, quase a carregando no colo. Contou outras situações,  nas quais ele cuidou de mulheres bêbadas.
Vejam que a imagem do feminino continuava depreciada, a mulher confundia-se com o cocô, em suma, ele considerava  a mulher "uma merda". E ele agia de maneira maternal com as mulheres, afinal ele havia aprendido com a mãe a cuidar dos outros.
Ele comprou um "carrão", mas descobriu que isto não funcionava para conquistar as mulheres, porque, quando ele chegava numa balada o carro ficava no estacionamento e nenhuma mulher via com  que carro ele chegava. Em suma, estava começando a descobrir que não era a aparência que o faria conquistar uma mulher e sim mudar sua imagem do feminino.

9 de setembro de 2012

O feminino e a mãe

Eduardo contou o seguinte sonho: "Minha mãe me deu uma marmita. Fui trabalhar, chegou a hora do almoço, eu não sabia como esquentar a marmita sem que as pessoas vissem. Decidi esquenta-la no micro-ondas que estava na sala do meu chefe. Não sei se cheguei a esquenta-la e se a comi."
A primeira imagem que o homem tem de uma mulher é a da mãe. Assim, não surpreende que no seu processo de integração da figura feminina, Eduardo procurasse  reavaliar a herança materna, isto é, as ideias e sentimentos que a mãe lhe transmitira, representadas no sonho pela marmita. Os pais de Eduardo eram separados e ele vivia com a mãe e as irmãs mais velhas. Era uma casa onde o ponto de vista feminino dominava. Não era fácil para ele manter o seu ego masculino. No jogo de poder entre homens e mulheres Eduardo estava acostumado a perder e por isso desenvolvera uma forte defesa em relação a tudo que é feminino. O sonho mostra que sua saída era ir para a sala do chefe, isto é, identificar-se com o seu pai.

1 de setembro de 2012

Sonho - As mulheres surdas e mudas


A dificuldade que Eduardo tinha de relacionar-se com mulheres, a qual ele atribuía ao fato de não ser rico e bonito o suficiente, devia-se na verdade a imagem equivocada que ele fazia delas, como veremos no seu segundo sonho: “Eu estava na rua e via algumas mulheres que só tinham corpo da cintura para baixo. Alguém disse que deveriam avisa-las para terem cuidado, porque podiam ser atropeladas. Fui avisa-las, mas pensei: como vou avisa-las se elas não escutam, elas até podem escutar, mas como vão falar comigo?”
Eduardo só via as mulheres da cintura para baixo, ou seja, como objeto sexual. Ele adorava ler e tinha uma vasta cultura. Acreditava que não tinha como compartilhar esse conhecimento com as mulheres. Talvez a origem desse preconceito estivesse em sua infância: seu pai era  professor universitário e sua mãe, dona de casa. Para poder relacionar-se com as mulheres era preciso que ele as visse como pessoas, isto é, como personalidades completas, tão capazes de manter uma conversa inteligente quanto qualquer homem.