Li pela primeira vez
uma obra de Carlos Castaneda,
o autor do livro Erva do Diabo, em um momento
difícil de minha vida, quando meu marido foi diagnosticado com uma doença que
podia ser fatal.
Esperava ler um livro sobre drogas, mas, para minha surpresa,
não era nada disso. O livro descrevia, nas palavras de um xamã mexicano, D.Juan,
como os índios de sua etnia encaravam a vida enfrentavam e as dificuldades que
todos nós enfrentamos: medo, insegurança, doença, velhice, etc.
A pergunta que eu me
fazia nessa época, e para a qual eu não tinha resposta, era porque isto (a
doença de meu marido) havia acontecido conosco. É uma pergunta que todos nos fazemos
quando somos atingidos por uma desgraça, um acidente, a morte de alguém querido,
ou mesmo quando aquilo que desejamos ardentemente nos é negado.
Os ensinamentos
do xamã indígena, D.Juan, me ajudaram a perceber que eu, mais que resposta a
minha pergunta, estava adotando o papel de vítima, sentindo pena de mim mesmo, e
que precisava lutar contra esse inimigo, pois a autopiedade é um veneno que
enfraquece nossas almas e nos torna impotentes..