21 de outubro de 2012

Sonhos e Contos de Fadas

Quando li pela primeira vez um livro de Marie Louise Von Franz, uma discípula de Jung, sobre  interpretação de contos de fadas, fiquei fascinada: senti que um novo universo abria-se a minha frente. Contos que antes pareciam bobos, quando compreendidos em seu sentido simbólico tornavam-se ricos de significados. Mas, você pode perguntar, "qual é a utilidade de aprender a interpretar contos, não é como pesquisar o sexo dos anjos?" A resposta estava no próprio livro: tanto os sonhos quanto os contos utilizam-se da mesma linguagem: a simbólica. Ao aprendermos a interpretar contos, estamos aprendendo a interpretar sonhos e é compreendendo os sonhos que compreendemos as pessoas.
Um bom exemplo é a afirmação de Marie Louise: um fator comum nos contos de fadas é que sempre que o personagem relaciona-se  bem com o cachorro ele tem um final feliz, e quando acontece o contrário, o personagem não é o herói e sim o vilão. Assim, simbolicamente, relacionar-se bem com o cachorro nos sonhos, significa relacionar-se bem com o seu lado instintivo.

2 comentários:

Nath disse...

Li (em partes, por enquanto) o livro do Bruno Bettelheim, Psicanálise dos Contos de Fadas. Realmente, a fantasia se mostra muito mais real do que a suposta racionalidade em que vivemos... Fantástico!

PapocomCecilia disse...

Bettelheim foi um pioneiro, o primeiro freudiano a dedicar-se ao estudo dos contos de fadas. Apesar de discordar da interpretação dele em alguns pontos, reconheço seu valor.
Eu sempre fico feliz quando vejo que você continua lendo o meu blog