19 de abril de 2009

Homem Agamenon

Na mitologia grega, Agamenon era o rei de Micenas, a maior e mais poderosa cidade grega na época da Guerra de Tróia. Como líder de todos gregos, e irmão de Menelau, o marido traído de Helena, foi ele quem liderou o exército grego durante a guerra contra Tróia.
O Homem Agamenon é um homem acostumado ao mando. Ele pode ser o executivo, o empresário, o profissional autônomo, mas é sempre aquele homem que vive em função do trabalho e não tem tempo para a vida pessoal. Aquele que vive adiando viagens de férias com a família, porque na hora sempre aparece algo importante para resolver. Ele chega em casa sério, preocupado, e presta pouca atenção às pessoas que estão em sua volta. Sua cabeça está em “assuntos mais sérios”.
Quando estourou a guerra de Tróia, Agamenon, como rei de Micenas, reuniu no porto de Áulis os barcos que levariam as tropas gregas até Tróia. Estavam todos ansiosos para zarparem, mas os ventos não sopravam e os barcos ficaram imobilizados. Agamenon ficou sabendo através dos sacerdotes que quem impedia a saída dos navios era a deusa caçadora Ártemis, indignada por que Agamenon, que havia feito sacrifícios para os deuses pedindo sua proteção, havia se esquecido de fazer uma oferenda à ela. Ártemis só permitiria a partida dos barcos se a filha de Agamenon, Ifigênia, fosse sacrificada.
Em geral, o homem Agamenon moderno também não faz oferendas à mulher Ártemis, isto é, ele não valoriza a mulher independente, auto suficiente, que luta pelos seus direitos. Ele age como um patriarca que “tolera” o poder da mulher, mas, na verdade, não o respeita.
O homem que age como um “soberano” tende a sacrificar seu lado feminino, reprimir sua sensibilidade e sentimentos, e consequentemente tende a sacrificar sua vida pessoal. Entre as solicitações da família e amigos e o trabalho, ele sempre faz a opção pelo trabalho.
Agamenon sacrificou a filha, os navios puderam partir, e venceu a guerra. No entanto quando voltou para casa, sua esposa Clitmenestra, que jamais havia perdoado Agamenon por ter sacrificado a filha, o matou.
Assim como na Grécia antiga, o homem Agamenon é visto como um vencedor na sociedade moderna, cresce profissional e financeiramente, adquire status, mas quando a guerra termina, quando chega o momento de parar e ele volta para casa, encontra uma mulher amargurada e vingativa, uma filha “morta”, isto é, uma filha sem auto estima e frágil, e percebe que não tem valor para os seus entes queridos.

Nenhum comentário: