16 de novembro de 2008

Brigas de casal

Todos carregamos uma personagem do sexo oposto dentro de nossa psique. Chamamos de ânima a mulher que cada homem carrega dentro de si e de ânimus o homem que cada mulher traz. È difícil detectar estes dois personagens no dia-a-dia, pois eles influenciam discretamente nosso comportamento. Estão lá, vivos e ativos em nossas psiques, mas sob o controle do ego. Porém em algumas situações excepcionais o ânimus ou a anima podem vir à tona, e mesmo dominar-nos. Durante uma briga de casal, por exemplo. A briga pode começar por uma razão insignificante - um pequeno incidente, ou mal entendido - e ser resolvida sem traumas. Quando, porém, estes incidentes insignificantes levam a um bate boca emocionado e interminável, que vai se tornando mais e mais agressivo e acalorado, o casal, por mais adulto e equilibrado que seja, vai perdendo o auto-controle. Vai cedendo o controle de suas palavras e seus atos ao ânimus, no caso da mulher, e à anima, no caso do homem. Os dois são possuídos por estas forças primitivas.
Quando possuídos por estes arquétipos, ou por uma forte emoção, nossa aparência física se transforma. O tom de voz se altera. A expressão do rosto muda. Perdemos o controle sobre nossas palavras e ações. Gostaríamos de interromper a discussão, mas não conseguimos parar. Se pararmos e tentarmos pensar em outra coisa, a discussão continua rolando em nossa cabeça. Os sintomas são semelhantes aos de uma possessão por espírito. As expressões populares para falar desta possessão mostram que o povo tem consciência desta perda de controle: “Ele estava fora de si” ou “ela perdeu a cabeça” ou ainda “ele estava possuído”. Mas é possível sair de uma possessão? Como se faz isto? O primeiro passo é querer realmente sair da possessão o que exige um esforço consciente de sua parte. Mas isto fica para a próxima semana.

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