2 de novembro de 2008

Eros e Psiquê

Quando Psiquê viu que seu relacionamento com Eros havia sido destruído por ela mesma, quando Eros e o castelo desapareceram, Psiquê decidiu agir para salvar sua relação. Foi até o templo de Hera, a deusa do casamento. Ir ao templo de Hera é um gesto simbólico que indica a vontade de oficializar a relação. Quando algumas mulheres percebem que um relacionamento de anos está se esvaziando, que a fase da paixão passou, começam a pressionar o namorado/noivo a marcar a data do casamento, como se isto resolvesse o problema. No mito, Hera disse à Psiquê que não poderia ajudá-la. Na vida real, acontece o mesmo. A posse de um certificado de casamento, um papel que prove que vocês estão “unidos para sempre” não resolve os problemas entre um casal.
Psiquê, então, foi ao templo da deusa mãe, Deméter. Deméter também respondeu à Psiquê que não podia ajudá-la. Casar, ter filhos, pode ser maravilhoso, mas não como solução para uma crise no relacionamento. Deméter disse à Psiquê que, se quisesse recuperar o Amor, deveria ir até o templo de Afrodite. Afinal, Afrodite era a deusa do amor e a mãe de Eros. Ela é quem tinha a chave. Problemas de relacionamento se resolvem através do amor.
Para seguirmos no caminho do amor, devemos consultar Afrodite.
No mito, Afrodite impôs várias tarefas à Psiquê, mostrando assim que o amor tem seu custo, dá trabalho, e exige coragem. A primeira tarefa que impôs foi a de separar uma montanha de grãos de vários cereais diferentes, todos misturados. E esta é a primeira tarefa para quem quer fazer a transição da paixão para o amor. No relacionamento amoroso nos deparamos com um milhão de coisas: hábitos, atitudes perante a vida, educação, família, amigos diferentes, etc, etc. E nos dá um imenso trabalho perceber e respeitar estas diferenças.

Nenhum comentário: