1 de setembro de 2012

Sonho - As mulheres surdas e mudas


A dificuldade que Eduardo tinha de relacionar-se com mulheres, a qual ele atribuía ao fato de não ser rico e bonito o suficiente, devia-se na verdade a imagem equivocada que ele fazia delas, como veremos no seu segundo sonho: “Eu estava na rua e via algumas mulheres que só tinham corpo da cintura para baixo. Alguém disse que deveriam avisa-las para terem cuidado, porque podiam ser atropeladas. Fui avisa-las, mas pensei: como vou avisa-las se elas não escutam, elas até podem escutar, mas como vão falar comigo?”
Eduardo só via as mulheres da cintura para baixo, ou seja, como objeto sexual. Ele adorava ler e tinha uma vasta cultura. Acreditava que não tinha como compartilhar esse conhecimento com as mulheres. Talvez a origem desse preconceito estivesse em sua infância: seu pai era  professor universitário e sua mãe, dona de casa. Para poder relacionar-se com as mulheres era preciso que ele as visse como pessoas, isto é, como personalidades completas, tão capazes de manter uma conversa inteligente quanto qualquer homem. 

Um comentário:

Nath disse...

A boa e velha herança do patriarcado...
Além do exemplo familiar, este estereótipo da mulher 'surda e muda' ainda é explorado ao extremo, na mídia, nas relações sociais... Na publicidade, a mulher tem 3 estereótipos básicos: consumidora compulsiva (Gisele Bundchen na propaganda da Hope, por exemplo), consumidora-chefe do lar e da família (produtos de limpeza, alimentos, etc), e objeto de consumo, junto do produto anunciado (como as propagandas de cerveja).
Não condeno o indivíduo que enxergou a mulher assim... até um momento de tomada de consciência.